Sunday 15 April 2007



Poesia é



Algo que canta dentro de nós
Algo que brota em nós a vontade de bailar, de voar, é a liberdade da emoção emblemática que vive um pouco em todos nós.
Um poema é algo tão sublime
É o falar da alma, é o grito á atenção
Um poema é exactamente como uma caçada, á presa
Que olha fita e depois ataca
As letras expressas num poema são sempre profundas e ambíguas
Pois quando a alma fala o ser humano em si deixa de existir
Quando se começa um poema e se ama a poesia como forma única de se expressar a si próprio, dificilmente se consegue parar, pois há sempre tanto que dizer. Tanto que se sente e não se consegue falar, somente sentir.
Um poema é o brotar de um dom único, o dom da necessidade imensa e intensa, de nunca calar o sentir.
Sentidos esses, que jamais se puderam descrever, através do dom da fala comum.
Fala essa que chamo de “ Palavras ao vento”
Na poesia isso não existe, na poesia há uma mistura pura e sublime de sentimentos
Sentimentos que por vezes não são ouvidos, não são sentidos e tantas vezes lacónicos
O mundo, o universo e a humanidade, jamais querem ouvir tais sentimentos
Pois é um mundo muito mais absorvido na exuberância, na demagogia e na dissimulação da humanidade
Na poesia não só há a pureza de sentimentos, com também, uma porção vozeada de gente a pedir que oiçam, leiam o nosso grito chamado Poesia…


15/10/2006
Cristina pena

Wednesday 4 April 2007



ELOCUÇÃO

Diz de ti, expressa o que divisas nesse teu enganoso oco e nu, imaginário
Compõe um esboço, deixa que todos experimentem o que a teu espírito acarreta
Expõe os teus sonhos os teus pesadelos, pois sei que são muitos mais do que sonhos
Profere a tua verdade a tua existência, os teus anseios as tuas querenças
Lastimarei eu o teu silêncio? Jamais
Lamentarei eu o teu olhar, esvaído e magoado? Nunca
Pois tu comigo não exprimes, como unicamente ages e o que, fazes é excessivamente severo e intransigente
Arriscava agora que sei tudo de ti, pronunciar:
Desamarra, solta a tua alma, exime-te a ti próprio
Cede o teu voar, grita mas grita muito alto, bem alto para que alguém algures te atenda
Porque esse teu clamor seria o clamor da tua independência
Existes inundado de uma desolação vulgar
Essência essa que por isso não te deixa ser franco
Vives submergido e com ânsia de retaliação, mas esse catapulto, de desforra jamais alimentará o que de facto careces, a ti ou a outro qualquer indivíduo á face da terra
Lançaria aqui de novo a pergunta
Revela-me aqui quem de facto és tu?
Arriscava também dizer-te que te comprovaria que te compreenderia
Mas não o faço porque ascendendo até aqui aonde já me atraquei
Já também te avistei e te conheci mas também nem sei como já te sobrevivi
O teu silêncio somente a ti te atordoará
Todo o teu ser unicamente orará contigo próprio
Mas quem sabe um dia tu consigas ver tudo aquilo que nunca viste até agora
Ali sim tu dirás, falarás e serás um Homem livre
Livre de poder falar, dizer de si…





CRISTINA PENA
17/10/2006




HOJE HÁ TEATRO

Num chamamento de magia
Num encontro ao cair da noite
Oiço o balbuciar das palavras penetrantes
Tudo vindo num som cristalino a meus ouvidos
Fecho os olhos e quero sentir o aroma do momento
Ao olhar em redor vejo e sinto que todos desfrutam o momento da mesma forma que eu
Até a lua está feliz
O seu espaço foi decorado ao pormenor
Tudo brilha
Hoje há espectáculo


FREUDA (Cristina pena)
Verão de 2006

O QUE MAIS QUERIA NA VIDA.

Como a outro semelhantemente, porque não me desprezas, para assim seguir a minha vida.
Solidão, tanto quanto sabes menosprezo eu a tua existência. Porque tu a mim, te grudas-te como se eu fosse tua criação.
Nunca te evoquei, nunca te desejei, nunca te solicitei coisa alguma. Tu segundo uma bazofiadora grudaste-te a mim, e tens exactamente a noção do que me tens feito.
Eu sei que sim, mas agora aqui sem temor algum, digo-te…
Tenho amado como ninguém, mas por pecado teu, tenho sofrido como ninguém
Deplora comigo, vá faz qualquer coisa em tua defesa, ou será que a tua cobardia é tanta assim
Deve mesmo ser uma cobardia descomunal e repugna-te, a tua.
Mas posso dizer-te que, de estes anos todos que juntas temos estado
Na verdade tens sido a minha companheira de sempre
Pois então não entendo esse teu silêncio maléfico
Solidão sabes tanto quanto eu o que eu quero e o que queria e o que sempre quiz.
Mas o facto de termos sido inseparáveis companheiras, jamais amigas
Posso te dizer agora mesmo o quanto te desprezo, o quanto te odeio
Contigo minha cara não há felicidade, contigo a esperança não existe em nós, contigo só o mal persevera ………. Por isso és algo muito maléfico e desprezível e mais te vou dizer aqui, pois perdi o medo de ti,
Solidão contigo, só existe mesmo é tristeza, mágoa, rancor e os sorrisos transcorrem todos por nós, despercebidamente por culpa tua, se pensas que esse medo que inflamas nos seres a que te grudas………. Esquece pois todos os que por ti estivemos agarrados, amarrados, conjuntamente te abandonaremos de uma forma ou de outra.
Desiste ó Solidão…
Deixa que possamos ter, o que tu não sabes nem nunca saberás pois a tua ignorância, não vou dizer vasta; isso era demasia bom para ti, vou dizer sim, que a tua ignorância é nada mais, nada menos do que limitada……e todos nós próprios o sabemos, a tua companhia repela qualquer ser humano…………….E mais não o deixa ter nem ser ele próprio
Sabes que te digo mais………….aíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, solidão; se um dia tivesse o poder da humanidade, nem que fosse por segundos…….Dedicava-os somente á tua destruição.
Solidão.
Tenho pena de ti…


Freuda (cristina pena)
16/10/2006
PENSAMOS EM TI


Vivo contrafazendo,vivo camuflando
Vivo vingando-me de mim própria
Fugindo da minha realidade
Pois ela chama-se Tu e Ele
Quando me olho, olhos nos olhos
É difícil de fugir
Era para estarmos juntos
Fomos contrariados pelas perversidades da vida
Agora incriminamos esta realidade
Que nos é difícil de olhar
Uma realidade que odiamos reciprocamente
Tenho saudades de nós três
Também sei que tens, ainda que longe
Deveras que sei, que para ti realidade
Não existe
Porque não a aceitas
Pois era o nosso fruto
Era o nosso bem-querer
Agora é tarde, já nada tem volta, nem nós
Perdemo-nos na vaga daquela tempestade
Que invadiu nossas vidas
Apenas perduram sempre as memórias
Que por vezes tanto me enfadam
Pois a minha vida são só apenas
Memórias
Mas é a nostalgia que mais me pesa
Temos saudades Tuas

Cristina Pena 2004